Boa parte dos jovens que preparam-se para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), na hora de prepararem-se para a prova, preocupam-se com o tempo que dedicam aos estudos e, o que também é comum, a quais matérias irão priorizar. São questões relevantes, sem dúvida. Mas, um aspecto que passa despercebido pela maioria, mas que pode fazer diferença no rendimento do aluno é a forma pela qual ele estuda.
Não são poucos os especialistas a sustentar que ficar muitas horas diante de um livro ou resolvendo exercícios não garante eficiência. Principalmente se as condições onde o estudo acontece não são as mais apropriadas. Por isso, um item a que muitos jovens não dão atenção, o local de estudo, deveria ser visto com maior cuidado pelos vestibulandos, na opinião do psicólogo Alexandre Maia, especialista em preparo emocional para vestibulares, provas e concursos.
Segundo ele, muitos estudantes não têm a noção de como um espaço apropriado de estudo pode favorecer a concentração e a disciplina e, com isso, a aprendizagem. E como, do contrário, como um local preparado de forma inadequada contribui para a dispersão e, desta forma, para um aproveitamento ruim do tempo de preparação.
Além de preparar seu ambiente para o aprendizado, segundo o psicólogo, é importante também utilizá-lo sempre, de preferência, no mesmo horário. “Com o tempo, sua mente e seu corpo habituam a estudar naquele local e naquele horário, isso facilita muito a concentração e cria um hábito que gera disciplina, evitando à dispersão”, destaca.
É importante que o candidato analise o custo e o benefício de cada tipo de local. Não há nenhum problema em casa. Há, inclusive, algumas vantagens, como não perder tempo com deslocamento e ter um ambiente, em geral, mais confortável. Mas, há alguns cuidados a serem tomados. O principal é que, na própria residência, a pessoa tende a interromper o estudo com mais facilidade, seja para atender um telefone, acessar a internet, trocar mensagens nas redes sociais, ver algum programa de televisão, entre outras atividades. “É preciso cuidado para controlar estes fatores de distração”, recomenda Alexandre Maia.
Uma boa opção é ir a uma biblioteca pública. Nestes espaços, além de um acervo de livros muito maior que o encontrado em casa, a tendência é que os estudantes concentrem-se mais, na medida em que é necessário silêncio para não atrapalhar outros usuários. E, ainda, desligando-se o telefone celular, boa parte dos fatores de distração que existem em casa não estão acessíveis. Mesmo este tipo de local, no entanto, também têm suas desvantagens. “Tem o custo do deslocamento e, por ser um ambiente público, possui algumas restrições. Tudo deve ser bem avaliado, levando em conta o seu temperamento, sua personalidade e suas condições de disciplina”, salienta Alexandre Maia.
Há algumas características que um bom local de estudos possui. Ser silencioso é essencial. Como, em geral, a pessoa passa horas estudando, é importante que as cadeiras sejam confortáveis e a mesa de estudo esteja bem organizada. Além de economizar tempo - minutos preciosos são perdidos, por incrível que pareça, na procura por um lápis, uma borracha, o marcador, a folha de exercícios correta etc —, a desorganização tende a dispersar o estudante. Iluminação forte ou fraca demais também atrapalham, pois, em ambos os casos, geram fadiga mental e sonolência. Também vale a pena beber bastante água. “A boa hidratação melhora os estímulos elétricos e as reações químicas do cérebro”, comenta.
Há vários cuidados que o estudante pode e deve tomar. Ter uma boa postura corporal, colocar uma música suave e baixa de fundo e fazer alguns intervalos de 10 minutos, de hora em hora, são algumas dicas do psicólogo. No entanto, parar aleatoriamente pode trazer problemas. “Estudos demonstram que, ao ser interrompido, podemos gastar até 15 minutos para voltar ao mesmo estágio de concentração que estávamos”, salienta Alexandre Maia.
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